Envolvente

Pena – Rede das Aldeias do Xisto

A Pena é habitada permanentemente por cerca de 15 pessoas. A aldeia enquadra-se num cenário natural de rara beleza. Estende-se por um viso que vai morrer à ribeira da Pena, a cerca de 600 metros de altitude. As suas águas são cristalinas, embora bastante frias dada a sua proximidade da nascente e do facto de correr sobre terrenos rochosos. Esta ribeira dá muita vida à aldeia, pois é a sua água, conduzida em levadas, que rega os campos circundantes. O seu caudal nunca seca, sendo por isso aproveitado, nos meses mais quentes do ano, pelos habitantes locais e pelos visitantes, para banhos. A ribeira reserva locais espectaculares com cascatas, lagos e muita vegetação.

A natureza foi também extremamente generosa ao presentear a aldeia com os majestosos “Penedos de Góis” – ponto mais alto: 1040 metros – do qual sobressai o “Penedo Abelha” (nome dado pelos locais) que assume contornos de uma cara de leão de pedra. Vários são os trilhos que permitem ao visitante explorar a beleza dos penedos e da sua magnífica envolvência.

A vegetação é abundante e variada. Um dos ex-líbris da aldeia são mesmo os seus velhos castanheiros, que foram outrora a base de sustento dos habitantes locais. A importância que tiveram na economia local deixou as suas marcas na divisão das propriedades e na arquitectura de muitas casas (a existência de caniços). Alguns especialistas afirmam mesmo que existem na Pena castanheiros milenares….discutível….mas o que pelo menos todos reconhecem é que muitos deles terão vários séculos de existência. São pois um património histórico que interessa preservar, embora corram sérios riscos devido aos incêndios e à proliferação de árvores de crescimento rápido.

Nos meses mais rigorosos de Inverno é frequente os montes em redor da aldeia ficarem cobertos de neve, nomeadamente os “Penedos de Góis” e com maior frequência, o Trevim (a 1200 metros de altitude). A par deste enquadramento de rara beleza natural a aldeia da Pena beneficiou recentemente de reabilitação global, no âmbito do denominado “Programa das Aldeias do Xisto”.  Agregando a participação de 24 aldeias pertencentes a 13 municípios, engloba três vertentes: requalificação de infra-estruturas, requalificação de espaços públicos, e recuperação de imóveis públicos e de imóveis privados. Esta intervenção foi concluída, sendo o resultado final bastante positivo dando à aldeia da Pena o estatuto de uma das mais belas aldeias da “rede das Aldeias do Xisto” e da Região Centro.

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Interesses Geológicos

Dobras da Pena

As Dobras que se formam nas rochas são o resultado de forças (tensões) ao longo de milhares de anos. O estudo das dobras tem vindo a assumir grande relevância para os geólogos por permitir desvendar a história geológica de uma região e perceber o sentido e a intensidade das forças que agiram sobre as rochas. Ao redor da Pena, é possível  apreciar várias dobras de uma beleza extraordinária, em plena zona dos Penedos de Góis – ver Dobras da Pena.

Cruzianas (fósseis marinhos)

Os Penedos de Góis formaram-se no Silúrico, um período da história da terra compreendido entre 443 e 416 milhões de anos atrás.
Os Penedos de Góis guardam nas suas rochas as marcas de vida naquelas longínquas datas: as bilobites – vestígios deixados nas rochas pela deslocação de um animal dominante nos mares da época, as trilobites.
A primeira vez que se registaram testemunhos destes primeiros seres que povoaram o globo foi precisamente nos Penedos de Góis, por alturas de 1880, ano que o pioneiro da Geologia em Portugal, Nery Delgado, os submeteu à apreciação dos mais eminentes cientistas europeus, presentes em Lisboa no “IX congresso internacional de Antropologia e Arqueologia pré-históricas”, sem que se gerasse consenso à cerca da sua identificação, inclinando-se a maioria para a hipótese de Nery Delgado, que neles via algas ou vestígios da sua existência.
Foram precisos muitos anos para, de observação em observação, se chegar ao esclarecimento do problema, não restando presentemente quaisquer dúvidas de que se trata de rastos de trilobites deixadas nas rochas quartzíticas do período silúrico (paleozóico). E tudo isto começou na aldeia da Pena.
Foi do seu penedo que Nery Delgado fez transportar para o museu dos serviços geológicos, sediados em Lisboa, algumas vistosas placas com a indicação da sua proveniência e colocadas em grande destaque, à entrada do museu. Placas que incluiu no seu estudo de conjunto sobre o silúrico em Portugal, importantíssima obra de referência. Os icnofósseis correspondem a marcas de actividade de organismos (alimentação, deslocação, abrigo), que ficaram fossilizadas nos sedimentos. São hoje considerados muito importantes na interpretação dos ambientes sedimentares.

Rede Natura 2000

De forma a contribuir para a manutenção da biodiversidade nos Estados-Membros da União Europeia foi criada a Rede Natura 2000, uma rede ecológica europeia que define um quadro comum para a conservação das plantas e dos animais selvagens e dos habitats de interesse Comunitário.

O complexo do Açor e a Serra da Lousã, onde a aldeia da Pena se insere, encontram-se em processo de classificação como ZEC (Zona Especial de Conservação), sendo neste momento SIC (Sítio de Importância Comunitária).

  • Contactos

    Casa do Cerejinha
    Aldeias do Xisto : Pena : Portugal
    Móvel. +351 914 009 194
    Tel. + 351 239 704 089
    cerejinha@casasdapena.com
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